Antes de mim
Antes de eu ser eu, já um milhão de coisas tinham sido, enquanto que outras eram pela primeira vez.
O majestoso Universo, em contínuo arrefecimento e expansão, viu a sua origem na colisão de biliões e biliões de partículas entre si, formando átomos, mais tarde estrelas e galáxias. A Via Láctea, filha do rei supremo, observou atentamente o milagre da génese da Terra, através da desagregação de matéria dum moinho frenético.Antes de eu ser célula, já as primeiras células se dividiam, dividiam e dividiam dando origem aos seres vivos primordiais que, graças a mecanismos evolutivos, desenvolveram-se em diferentes espécies, povoando o planeta Terra.
Antes de eu ser pessoa, já os primeiros indivíduos se reuniam, uns cantando e dançando, outros tentando estabelecer entre si alguma forma de diálogo, e infelizmente, tal como se observa ainda hoje, uns eram discriminados.
Ou seja, cada grupo de pessoas tem a sua cultura, a sua maneira de ser e agir. Não foi precisa uma Sandie para que todos estes fenómenos químicos, biológicos e sociais acontecessem. Não.
Mas talvez seja sim necessária uma Sandie, um Kelly, ou um professor Adérito, quem sabe, para, não mudar o passado, mas sim o futuro, ou até mesmo o presente; continuar as grandes obras, os grandes feitos de grandes personalidades que tinham uma visão, a visão de mudar o mundo, para melhor, a fim de quando colocada esta questão do “antes de mim”, a gerações futuras, estas possam falar e dizer apenas uma palavra: harmonia.
(Pergunto-me qual seria a resposta do Universo face ao tema “antes de mim”…)
Biografia - Gregor Mendel
Gregor Johann Mendel nasceu em Heinzendorf (que, naquela época, pertencia à Áustria, mas hoje faz parte da República Checa), a 22 de Junho de 1822, e morreu em Brno, Morávia (actual República Checa), a 6 de Janeiro de 1884. Filho de camponeses, cedo se apaixonou pelo estudo das plantas. Em 1843 entrou para o convento de Brno, da Ordem dos Agostinianos, e em 1847 entrou na Universidade de Viena, onde estudou física e ciências naturais. Ao ingressar a vida religiosa, substituiu o seu nome de baptismo (Johann) por Gregor.
Nos jardins do convento, iniciou, em 1856, experiências sobre a hibridação de ervilhas-de-cheiro, que continuou durante dez anos. Foi a partir desta experiência que Mendel estabeleceu leis (as leis de Mendel) que regem a hereditariedade. Criou um sistema para contagem dos híbridos resultantes do cruzamento das plantas e, tomando por base a altura dos vegetais e a cor das sementes e das flores, formulou estas leis relativas à hereditariedade dos caracteres dominantes e recessivos.
Mendel publicou o resultado das suas pesquisas nos trabalhos Experiências sobre híbridos das plantas, de 1865, e Alguns híbridos do Hieracium obtidos por fecundação artificial, de 1869. Esses trabalhos foram apresentados à Sociedade de Ciências Naturais de Brno, mas não receberam nenhuma atenção.
A indiferença dos contemporâneos é explicada, em parte, pelo carácter insólito do pensamento desse padre, que poderia parecer pouco biológico na época. Desencorajado, suspendeu a sua actividade científica quando foi nomeado reitor do convento.
Os seus trabalhos ficaram esquecidos durante longo tempo. Nem mesmo Darwin tomou conhecimento das leis de Mendel. Em 1900, contudo, os botânicos Erich Tschermak (austríaco), Hugo De Vries (holandês) e Carl Correns (alemão) chegaram a resultados semelhantes, trabalhando independentemente, mas tendo como ponto de partida ou de chegada as conclusões de Mendel.
Os seus trabalhos ficaram esquecidos durante longo tempo. Nem mesmo Darwin tomou conhecimento das leis de Mendel. Em 1900, contudo, os botânicos Erich Tschermak (austríaco), Hugo De Vries (holandês) e Carl Correns (alemão) chegaram a resultados semelhantes, trabalhando independentemente, mas tendo como ponto de partida ou de chegada as conclusões de Mendel.
Tschermak descobriu essas leis ao estudar os híbridos dos cereais. Quanto a De Vries, propôs uma teoria sobre o crescimento e a evolução das plantas, desenterrando, então, as leis do padre agostiniano. Correns, por sua vez, descobriu os genes alelos depois de ter estudado Mendel.
A partir daí, a obra de Johann Mendel influenciou profundamente a fisiologia, a bioquímica, a medicina, a agricultura e as ciências sociais. Para o biólogo e escritor francês Jean Rostand, as ideias de Mendel representam "uma obra-prima da experimentação e da lógica".
Biografia - Charles Darwin
Charles Darwin nasceu na casa da sua família em Shrewsbury, Shropshire, Inglaterra, a 12 de Fevereiro de 1809. Ele foi o quinto dos seis filhos do médico Robert Darwin e sua esposa Susannah Darwin. Esta morreu quando ele tinha apenas oito anos. No ano seguinte, em 1818, Darwin foi enviado para a escola Shrewsbury. Ali, ele só se interessava em coleccionar minerais, insectos e ovos de pássaros, caça, cães e ratos.
Em 1825, depois de passar o verão como médico aprendiz ajudando o pai no tratamento dos pobres de Shropshire, Darwin foi estudar medicina na Universidade de Edimburgo. Contudo, a sua aversão à brutalidade da cirurgia da época levou-o a negligenciar os seus estudos médicos. Na universidade, ele aprendeu taxidermia com John Edmonstone, um ex-escravo negro, que lhe contava muitas histórias interessantes sobre as florestas tropicais na América do Sul. No segundo ano, Darwin tornou-se um activo participante de sociedades estudantis para naturalistas. Durante esta época, ele foi pupilo de Robert Edmund Grant, um pioneiro no desenvolvimento das teorias de Jean-Baptiste Lamarck e do seu avô Erasmus Darwin sobre a evolução de características adquiridas. Tomou parte das investigações de Grant a respeito do ciclo de vida de animais marinhos. Tais investigações contribuíram para a formulação da teoria de que todos os animais possuem órgãos idênticos e diferem apenas em complexidade. No curso de história natural de Robert Jameson, ele aprendeu geologia estratigráfica. Mais tarde, foi treinado na classificação de plantas enquanto ajudava nos trabalhos com as grandes colecções do Museu da Universidade de Edimburgo.
Em 1827, o seu pai, decepcionado com a falta de interesse de Darwin pela medicina, matriculou-o num curso de Artes na Universidade de Cambridge para que ele se tornasse um clérigo. Nesta época, eles tinham uma renda que lhes permitia uma vida confortável e muitos eram naturalistas uma vez que, para eles, "explorar as maravilhas da criação de Deus" era uma das suas obrigações. Em Cambridge, entretanto, Darwin preferia cavalgar a estudar. Passava muito do seu tempo coleccionando besouros com o seu primo William Darwin Fox. Este apresentou-o ao reverendo Henslow, professor de botânica e especialista em besouros que, mais tarde, viria a tornar-se o seu tutor. Darwin ingressou no curso de história natural de Henslow e se tornou um dos seus alunos favoritos. Durante este período, Darwin interessou-se pelas ideias de William Paley, em particular, a noção de projecto divino na natureza.
Seguindo os conselhos e exemplo de Henslow, não se apressou em ser ordenado. Inspirado pela narrativa de Alexander von Humboldt, ele planejou juntar-se a alguns colegas e visitar a Tenerife para estudar história natural dos trópicos. Como preparação, Darwin ingressou no curso de Geologia do reverendo Sedgwick, um forte proponente da teoria de projecto divino, e viajou com ele como um assistente no mapeamento estratigráfico no País de Gales. Contudo, os seus planos de viagem à Ilha da Madeira foram subitamente desfeitos ao receber uma carta que lhe informava a morte de um dos seus prováveis colegas de viagem. Outra carta, entretanto, recebida ao retornar para casa, o colocaria novamente em viagem. Henslow havia recomendado que Darwin fosse o acompanhante de Robert FitzRoy, capitão do barco inglês HMS Beagle, numa expedição de dois anos que deveria mapear a costa da América do Sul. Isto dar-lhe-ia a oportunidade de desenvolver a sua carreira como naturalista. Esta viria a tornar-se uma expedição de quase cinco anos que possuiria um profundo impacto em muitas áreas da Ciência.
Biografia - Paul Broca
Paul Pierre Broca (1824 - 1880) foi um cientista, médico, anatomista e antropólogo francês.
Aos 17 anos entrou na escola médica e obteve o seu diploma aos 20, idade com que os seus contemporâneos estavam apenas a começar os seus estudos médicos.
Broca estudou medicina em Paris, logo se tornou professor de Patologia cirúrgica da Universidade de Paris e um renomado pesquisador médico em diversas áreas. Mas o que lhe confere o seu lugar na história da medicina é a sua descoberta do "centro de uso da palavra" no cérebro (agora conhecida como a área de Broca), na região do lobo frontal. Esta descoberta é fruto dos seus estudos sobre os cérebros dos pacientes com afasia (incapacidade para falar), particularmente o cérebro do seu primeiro paciente no Hospital Bicêtre, Leborgne, apelidado de "Tan", devido à sua incapacidade de falar claramente qualquer outra expressão além de "tan". Em 1861, através de necrópsia, Broca determinou que Tan tinha uma lesão provocada pela sífilis no hemisfério cerebral esquerdo. Esta lesão cobria-lhe a área do cérebro importante para a produção da fala.
Broca é também um pioneiro em antropologia física. Fundou a Sociedade antropológica, em 1859, a Revue d'Anthropologie em 1872, e da Escola de Antropologia, em Paris, em 1876. Outra área em que trabalhou foi a anatomia comparativa dos primatas. Ele descreveu pela primeira vez trepanações que remontam ao Neolítico. Era muito interessado nas relações entre a anatomia do crânio e do cérebro e as habilidades mentais e inteligência.
Biografia - Karl Wernicke
Karl Wernicke (1848 - 1905) era médico, anatomista, psiquiatra e neuropatologista.
Pouco tempo após Paul Broca ter publicado as suas pesquisas acerca de problemas na linguagem causados por lesões ao que hoje é conhecido como área de Broca no cérebro, Wernicke passou a pesquisar os efeitos do traumatismo craniano na linguagem. Wernicke concluiu que nem todos os défictis de linguagem eram resultado de danos à área de Broca. Notou que lesões na região posterior esquerda do giro temporal superior resultavam em déficits na compreensão da linguagem. Esta região é hoje chamada de área de Wernicke e a síndrome associada é denominada afasia de Wernicke
Biografia - Burrhus Skinner
No dia 20 de Março de 1904, nasceu o célebre investigador Burrhus Frederic Skinner em Susquehanna, Pensilvânia, onde esteve até ir estudar para o colégio. A sua infância decorreu num ambiente estável e com muito afecto. Skinner gostava da escola e gostava de construir objectos como carrinhos, carrosséis e modelos de aviões (entre outros).
Skinner ainda demonstrava gosto pelo comportamento dos animais, efectuando muita pesquisa sobre esta área.
Obteve uma formação académica em inglês, sendo prestigiado com a chave simbólica da Phi Beta Kappa e querendo ainda ser escritor. Em mais novo, criou poemas e histórias. Dois anos após a sua formação, Skinner dedicou-se à escrita mas não obteve sucesso nesta área.
Após a leitura dos trabalhos dos investigadores John B. Watson e Ivan Pavlov, Skinner optou em canalizar o seu interesse para um plano mais científico. Assim, no ano de 1928, inscreveu-se na pós-graduação de psicologia na Universidade de Harvard, embora nunca tivesse estudado psicologia anteriormente. Completou o doutoramento três anos depois, tendo dado o tema da sua dissertação, uma ideia de que um reflexo corresponde a uma correlação entre um estímulo e uma resposta (E-R).
Após a conclusão de diversos pós-doutorados, Skinner seguiu a via da docência na Universidade de Minnesota durante 9 anos, entre 1936 e 1945, e na Universidade de Indiana durante dois anos, entre 1945 e 1947. Neste ultimo ano, voltou a Harvard. No seu livro, datado de 1938 e intitulado como “O Comportamento dos Organismos”, Skinner apresenta os aspectos principais da sua teoria. Cinco décadas depois, esse livro foi descrito como “um dos poucos livros que mudaram a face da psicologia moderna”, sendo ainda muito referenciado e utilizado. O seu livro de 1953 - “Ciência e Comportamento Humano”, constitui, para a Psicologia Behavorista, um manual básico de grande importância.
A actividade de Skinner prolongou-se até ao momento final da sua vida, (aos 86 anos), tendo começado aos 26 anos de idade. Numa fase final de vida, criou, em casa, a célebre “caixa de Skinner”, um ambiente controlado que proporcionava o reforço positivo.
Aos sessenta e oito anos de vida, redigiu o artigo “Auto-Administração Intelectual na Velhice”, no qual relatou as suas próprias vivências na qualidade de estudo de caso, demonstrando aspectos como por exemplo, a importância do cérebro trabalhar menos tempo a cada dia, com períodos de descanso, no sentido do individuo aprender melhor a lidar e gerir a memória que começou a dar sinais de dificuldades nomeadamente com a redução das capacidades intelectuais na velhice.
Skinner faleceu a 18 de Agosto de 1990, como doente terminal com leucemia. Este memorável autor ficou conhecido e reconhecido por ter explorado tão intensamente a questão da possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano.
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